Nunca houve tantas manifestações pentecostais como tem ocorrido nos últimos dias. Tais movimentos crescem desordenadamente e em sua grande maioria sem fundamentos bÃblicos. Na verdade, o objetivo dos que promovem essas circunstâncias é unicamente ver o povo envolvido entusiasticamente, não se preocupando com a edificação e crescimento espiritual.
À medida que o tempo passa, nos deparamos com certas “inovações”
no meio religioso, que tendem a tomar grandes proporções e espaços, se não
forem imediatamente combatidas. Infelizmente nosso povo tem uma grande
tendência a encarar determinadas coisas como normais e aceitáveis. Creio que
estamos diante de um assunto delicado, mas passÃvel de discussões e
entendimentos dos mais diversos possÃveis. Cabe-me neste texto promover uma compreensão
seguindo uma vertente puramente bÃblica.
Será a verdadeira natureza do pentecostes pulos, gritos,
correria, “profetadas”, euforias, etc., ou, estamos caminhando para o lado oposto
da verdadeira essência do que realmente significa este movimento?
Quando nos deparamos com o relato de Lucas no capitulo dois
de Atos dos Apóstolos, encontramos o inÃcio de algo que transcenderia os tempos
e os anos. O movimento pentecostal ganhou grande repercussão e notoriedade ao
longo dos séculos, mas, com o passar dos anos, tem ganhado uma nova roupagem,
principalmente com o surgimento dos neopentecostais. Os neopentecostais são uma
vertente do evangelicalismo moderno que se originou da corrente pentecostal
clássica. Grande parte destes – para não dizer todos – trabalham com uma
concepção extra bÃblica acerca de muitos fenômenos religiosos. Por isso resolvi
destacar aqui algumas caracterÃsticas do autêntico pentecostes:
O pentecostes como uma promessa do Pai
“Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém,
na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lucas 24.49).
Antes de qualquer outra coisa, o pentecostes é uma promessa
do Pai para os servos. E não somente para esses. O apóstolo Pedro disse em sua
mensagem que “... a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos
os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (Atos 2.39). A
salvação, o batismo nas águas e
o batismo com o EspÃrito Santo são para todos os que se aproximam de Deus.
O pentecostes como sinal para a Igreja
A manifestação do poder de Deus no Dia de Pentecostes trouxe
para os discÃpulos o sinal de que Cristo estava lhes capacitando para a tarefa
a qual Ele já havia falado (Atos 1.8). Não
obstante, vemos o resultado disso na espontaneidade de Pedro em anunciar a
Palavra de Deus e defender os crentes das acusações feitas por muitos zombadores
de que os discÃpulos estavam cheios de mosto (Atos 2.13).
O Pentecoste é o sinal de Deus para Sua Igreja de que o Seu
reino é dinâmico, e, como tal, deve desfrutar da poderosa graça de Deus. Foi
esse poder que dotou os discÃpulos de autoridade para pregar o Evangelho. Uma
Igreja que não vive o verdadeiro derramar do EspÃrito Santo, não vê os resultados
e o crescimento como um todo do seu povo.
O Pentecostes como sinal para as multidões
O autêntico Pentecostes não afasta as multidões, pelo
contrário, atrai para ouvi a Palavra de Deus. Enquanto muitos zombavam dos discÃpulos,
outros, porém, “se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para outros: Que
quer isto dizer?” (Atos 2.12).
Abriu-se uma lacuna provocada pelo questionamento da
multidão, que só poderia ser preenchida pela pregação da Palavra de Deus. Então,
o apóstolo Pedro aproveitou o ensejo e começou a anunciar o Evangelho.
O Pentecostes e a pregação do Evangelho
Não pode haver pentecostes sem pregação da Palavra e vice-versa.
Jesus deixou claro que objetivo principal do revestimento de poder é capacitar Seus
discÃpulos para serem Suas testemunhas (Atos 1.8).
É comum vermos nos nossos dias igrejas que sofrem um desequilÃbrio
espiritual. São instituições que prezam muito pelo “poder” e se esquecem de
pregar a Palavra de Deus. Outras, porém, são referências no ensino e na pregação
da Palavra, entretanto, não usufruem do poder de Deus. Se nós enchemos o peito
para falar que somos pentecostais e não sabemos viver isso como ensina a BÃblia
Sagrada, não passamos de meros simpatizantes. O pentecostes traz notoriedade
para a Igreja de Jesus Cristo, portanto, é marca inquestionável.
por Edeilson Santos
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