O texto bíblico de Números 31.18 faz alusão à pedofilia?

O texto bíblico de Números 31.18 faz alusão à pedofilia?

Tentando desacreditar a Bíblia, grupos céticos dizem que o texto de Números 31.18 faz apologia à pedofilia, mas essa passagem bíblica não tem absolutamente nada a ver com isso

Desde épocas remotas, homens céticos têm destilado seu ódio e repúdio contra a Bíblia, aplicando à mesma as mais esdrúxulas concepções, criando até decretos e leis para matar quem tem contato com esse Livro Santo. Foi isso que fez Dioclésio (303 a.D.), ordenando a queima de todos os exemplares da Bíblia. Uns chegam a ratificar que a Bíblia é um livro retrógrado, obsoleto e inaceitável. Assim, muitos têm agido como aquele rei que não apenas rasgou a porção da Bíblia com um canivete, mas a lançou no fogo, querendo sua extinção, o que tem sido em vão (Jeremias 36.23).

Mas, não somente nas épocas antigas os opositores da Bíblia se levantaram. Podemos notar que Voltaire era inimigo ferrenho dos cristãos e da Bíblia. Ele afirmava que 100 anos depois de sua época, o Cristianismo deixaria de existir, mas apenas 25 anos após a sua morte a Sociedade Bíblica Inglesa e Estrangeira foi fundada, sendo que as mesmas impressoras que faziam a literatura de Voltaire agora estavam sendo usadas para impressão de Bíblias. A sobrevivência da Bíblia até hoje deixa claro que isso é um milagre. Uma pequena porção de livro chega a alcançar um quarto de século, outra bem menor chega até mil anos. Destarte, a permanência da Bíblia até hoje é a prova de que ela se trata da Palavra de Deus. Tudo poderá passar, mas a Palavra de Deus permanecerá (Lucas 21.22).

Os modernistas querem nivelar as Sagradas Escrituras a qualquer outra obra literária, negando a sua autoridade sobrenatural; porém, os crentes verdadeiros continuam firmes crendo na Bíblia como a inspirada Palavra de Deus, estando cientes de que é por meio das Sagradas Letras que obteremos a salvação (2 Timóteo 3.15).

Para fazer nascer nos corações das pessoas um ódio contra a Bíblia, bem como na busca por aprovações de práticas pecaminosas, alguns céticos têm se valido de textos isolados, fora do seu contexto e de uma hermenêutica saudável, afirmando, por exemplo, que a passagem de Números 31.18 faz apelação à pedofilia, o que na verdade é algo absurdo. Sabemos que um dos piores pecados da nossa era é o abuso sexual contra crianças. Usá-las sexualmente trata-se de opressão, de estupro, de uma prática que não tem aprovação alguma pela Bíblia.

Não temos nenhum texto direto nas páginas cristalinas da Bíblia tratando especificamente sobre a pedofilia, mas a palavra grega porneia inclui no seu bojo a ideia desse perverso pecado, pois fala de qualquer atividade sexual ilícita, ilegal, que é fruto das obras da carne (Gálatas 5.16-21). Os que praticam a pedofilia são seres desumanos, sem coração; como bem pontuado pelo apóstolo Paulo: “sem afeição natural” (2 Timóteo 3.3 – NAA). Esse adjetivo do grego é astorgos, que significa sem afeição natural, insociável (Romanos 1.31). Assim, de imediato, compreendemos que a Bíblia não dá margem para qualquer tipo de pecado contra uma criança.

Quanto à passagem de Números 31.18, ela não aborda nada sobre pedofilia, antes está tratando de meninas, jovens, as quais foram poupadas pelos capitães do exército de Israel durante a guerra, e que, como elas eram virgens, posteriormente poderiam ser incorporadas à população de Israel. O texto se refere àquelas que não se envolveram com experiência sexual e no caso de Baal-Peor, de modo que daquela situação estavam livres (Juízes 21.12), como podendo contrair núpcias com um israelita, passando então a fazer parte da nação do Senhor (Números 31.18; Deuteronômio 21.10-14).

No momento em que esses soldados voltaram com as mulheres midianitas, Moisés se revoltou, uma vez que o pecado de Israel foi estimulado por elas (Números 31.13-16), razão pela qual ele teve que impor severas instruções (Números 31.17 e 18). Essas mulheres foram consideradas a causa da desgraça do povo hebreu, servindo de instrumento de destruição. Seria, pois, uma injustiça punir os homens e poupar as mulheres. Tais medidas de segurança só tiveram razão de ser nesta altura pelo fato de ser através dessas mulheres que o povo do Senhor foi tão prejudicado (Deuteronômio 21.10-14).

Portanto, a passagem em apreço não faz apologia à pedofilia e nem ao casamento misto. E é um texto antigo, de antes que fosse estabelecida a separação envolvendo Israel e as demais nações.

por Osiel Gomes

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