Preso pelo crime, ele era considerado “caso perdido”, mas Jesus o libertou

Preso pelo crime, ele era considerado “caso perdido”, mas Jesus o libertou

José Carlos largou vida do crime e hoje serve a Deus como diácono em Assembleia de Deus carioca

Criado desde os 11 anos de idade pela tia Isabel Santana, o menino José Carlos Santana, que até então frequentava as reuniões na congregação Parque Colúmbia, ligada à Assembleia de Deus no bairro de Cordovil, no Rio de Janeiro (RJ), bandeou-se para a vida do crime. Ele recorda de sua orfandade e de não ter tido a chance de conhecer os pais que morreram devido a complicações da tuberculose: “Eu não conheci meus genitores e acabei na companhia de minha tia, que logo me encaminhou à Bíblia Sagrada e me levava aos cultos na Assembleia de Deus, mas tudo mudou aos 17 anos, quando manifestei o desejo de ‘conhecer o mundo’. Daí foi um salto para vida do crime. Recordo-me da sensação de poder ao segurar uma arma pela primeira vez. Nesse período, fui morar com a minha irmã, Fátima Santana”.

José Carlos se recorda que o ingresso na criminalidade aconteceu devido ao contato com familiares e amigos que o fizeram secundarizar os reclames do Evangelho de Cristo e ceder aos seus próprios interesses. Mais tarde, ele mesmo reconheceu a sua fragilidade diante dos prazeres mundanos. “Reconheço a minha fraqueza naquele momento, cedendo aos caprichos do submundo do crime, de modo que passei a cometer assaltos e demais delitos que se constituem pecado diante de Deus”. O jovem passou a ser visto com amizades nada recomendáveis e, como “um abismo chama outro abismo” (Salmos 42.7a), o jovem delinquente desceu mais e mais na escala de delinquência, ao fazer uso de entorpecentes. Mas, mesmo ao utilizar as substâncias, ele disse que jamais ficou dependente de seu uso, o que é extremamente raro. “As substâncias fizerem parte de meu cotidiano, mas eu acredito que o Espírito Santo, pela misericórdia divina, não permitiu que a cocaína, a maconha e o cigarro me causassem algum dano em minha saúde”.

Em sua escalada na vida do crime, José Carlos ganhou notoriedade ao cometer muitos assaltos com os demais criminosos. Muitos o viam como “caso perdido”. Seus delitos o levaram à Delegacia de Roubos e Furtos, de onde conseguiu fugir, mas a sua liberdade não durou muito tempo e logo viu-se novamente algemado e conduzido por policiais ao sistema prisional. “Trafeguei nos corredores da maioria dos presídios do Rio de Janeiro até ser levado ao Instituto Penal Cândido Mendes, localizado na Ilha Grande, no município de Angra dos Reis (RJ), onde mais uma vez tentei fugir, sem sucesso. Ingressei na marginalidade aos 17 anos; aos 19 eu fui preso, ficando 18 anos em regime fechado e sete no aberto, por causa de minha pena de 25 anos, e agora estou em liberdade há 24 anos. Deus não desistiu de mim!”. 

Enquanto esteve preso no presídio Ary Franco, no bairro de Água Santa, a sua tia Isabel o visitou e lhe comunicou a mensagem de Deus para ele. Disse ela: “Essa é a primeira e a última vez que venho a este lugar, mas o Senhor lhe diz que você pertence a Ele e que será moído, mas a sua vida será preservada por ser um escolhido dEle. Eu vou vê-lo na Casa de Deus antes da minha partida deste mundo”.

José Carlos teve a oportunidade de observar a proteção divina quando se viu envolvido em uma guerra entre facções rivais no presídio Ary Franco. Ele recorda que foi golpeado na cabeça, perna e pescoço, e quase teve a vida ceifada em meio a gritos de terror e muita violência. “Esse episódio aconteceu em 1986 e lembro-me que os soldados do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) apaziguaram o conflito. Eu estava ferido e o tenente Eraldo puxou-me para junto de si e lançou uma granada de efeito moral em direção aos demais internos. Eu ouvi um estrondo, fui retirado do complexo penitenciário e levado ao Hospital Salgado Filho”. 

Consciente do risco de vida caso continuasse na criminalidade e ainda com o perigo de morrer sem salvação, o jovem disse para si mesmo: “Basta! Eu não suporto mais esta situação! E se eu continuar nesse caminho, serei morto e vou para o inferno. Eu quero viver! Eu vou servir a Jesus Cristo, pois Ele é a vida”. A decisão fez com que o submundo do crime perdesse um componente e o Reino de Deus ganhasse mais um cidadão. 

Os tempos de medo e detenção ficaram para trás na vida de José Carlos. Ele recebeu Jesus como Salvador pessoal e passou a desfrutar das bênçãos divinas juntamente com seus familiares. Hoje em dia, o homem que manifestava prazer em cometer os mais diversos crimes é um cidadão honrado, transformado pela graça divina. José Carlos serve ao Senhor como diácono na congregação Cachambi, filial da Assembleia de Deus em Bonsucesso, no Rio de Janeiro (RJ), liderada pelo pastor Jaime Soares da Silva, além de agregar a atividade de capelão civil e a administração de sua loja de autocenter, sem descuidar da família. “Estou com 57 anos e casado com minha esposa Vera Lúcia, que estava viúva no momento que nos conhecemos, e tinha um casal de filhos. A a minha filha Larissa formou-se em Direito e pretende seguir carreira na magistratura”, conta irmão José Carlos.

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