Cuidados pastorais durante e após a pandemia

Cuidados pastorais durante e após a pandemia

Filho de Herculano Gaby e Aurora Marques dos Santos Gaby, e natural de São Paulo (SP), Wagner Tadeu dos Santos Gaby aceitou Jesus como seu Salvador em 23 de fevereiro de 1969, em um domingo à noite, em um culto realizado na Assembleia de Deus em Arapongas (PR). Ele foi batizado nas águas na mesma igreja, em 29 de setembro do mesmo ano. Após tocar na Banda de Música e cantar no Conjunto Maranata, e sendo um assíduo aluno da Escola Dominical e dos cultos de doutrina, sentiu-se chamado ao ministério. Já em Curitiba, ingressou no Instituto Bíblico das Assembleias de Deus no Estado do Paraná (Ibadep), fazendo parte da primeira turma da instituição. Em 30 de julho de 1975, foi batizado com Espírito Santo.

Irmão Wagner Gaby começou a dirigir igrejas em 1977. Em 18 de dezembro daquele ano, foi consagrado ao presbitério e em 14 de fevereiro de 1985, ordenado pastor, ambas separações feitas pelo pastor José Pimentel de Carvalho.

Viúvo da irmã Maria Aparecida dos Santos Gaby, falecida recentemente, pastor Wagner Gaby é pai da professora Claudia Gaby Guerreiro e do pastor Eliel dos Santos Gaby, e avô de Felipe Oliveira Gaby e Gabriele Gaby Guerreiro. Ele preside a Assembleia de Deus em Curitiba desde 27 de março de 2011, substituindo o pastor José Pimentel de Carvalho. Pastor Gaby é Major Capelão R/1 do Exército Brasileiro, mestre em Teologia e Educação, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil, membro fundador da Casa de Letras Emílio Conde e autor dos livros e A Doença do Século e Relações Públicas e Humanas para Líderes Cristãos, e coautor de Teologia Sistemática Pentecostal e Planejamento e Gestão Eclesiástica, todos títulos da CPAD. Nesta entrevista, ele fala sobre os cuidados pastorais durante e pós-pandemia.

Como tem sido o cuidado com as ovelhas nesse período de pandemia?

O atendimento às famílias da igreja tem sido feito através de plantão de aconselhamento espiritual nos templos e por telefone; visitas nos hospitais; distribuição da Ceia do Senhor nos lares, para enfermos e aqueles que se encontram na quarentena; realização de “lives” dos departamentos das diversas faixas etárias; e o acesso individual das pessoas que desejam fazer orações individuais nos templos, além do apoio mútuo dos mais variados grupos através do WhatsApp. À semelhança de outras igrejas, realizamos a celebração da Ceia do Senhor através do sistema “Drive Thru” e nos salões sociais na igreja sede e nas congregações, com filas espaçadas para os membros, aferição da temperatura, uso obrigatório de máscaras, álcool em gel para os obreiros, mais toucas, luvas e guarda para os bancos, com excelentes resultados espirituais.

Quais são as principais necessidades das pessoas que têm chegado até o senhor nesse período?

Em decorrência da situação econômica e social que afetou sensivelmente a nossa nação, com o aumento do desemprego, o desfalque financeiro na vida dos empresários, comerciantes, profissionais liberais e daqueles que trabalham na informalidade, muitas famílias estão sofrendo com essa crise. Em decorrência disso, aumentaram os problemas psicológicos no núcleo familiar. Daí a necessidade que tivemos de reforçar a distribuição de cestas básicas e o atendimento espiritual e psicológico para muitas pessoas.

Durante o período da quarentena, a igreja se valeu muito do uso da internet para manter a conexão com os membros. Como foi essa experiência?

Sem dúvida. Desde que as autoridades municipais e estaduais começaram a decretar o isolamento social para as pessoas dos grupos de risco, que tiveram que ficar na chamada quarentena, e a proibição de aglomeração de pessoas em reuniões públicas, houve a necessidade de a igreja se reinventar, realizando cultos e reuniões on-line, utilizando as diversas ferramentas da internet para a transmissão dos cultos através das redes sociais, além do rádio e da televisão. Graças a Deus, todos os departamentos da nossa igreja diversificaram programações alcançando todas as faixas etárias, desde os cultos on-line até a realização das diversas classes da Escola Bíblica Dominical.

Quais as principais lições que a igreja pode extrair desse período de pandemia?

Que este é um tempo único na história, não há dúvidas. As causas geradas pela pandemia têm mudado a vida das pessoas em todo o mundo. O chamado “novo normal” ainda é desconhecido, mas uma certeza temos, que nunca será como antes. Como cristãos, devemos ter um olhar diferente daqueles que não servem ao Senhor. Precisamos nos conscientizar que Deus está bradando sobre toda a terra para que cada um de nós enxergue a sua fragilidade e se aproxime dEle, para aproveitarmos as oportunidades para experimentarmos novas experiências com Deus. Em que pese o afastamento da membresia nos cultos, um bom número dos membros da igreja tem mantido sua fé inabalável em Deus, aproveitando o tempo disponível para a leitura e a meditação da Bíblia Sagrada, dedicando mais tempo para a oração individual e em família, até mesmo retomando a prática do culto doméstico em seus lares. A pandemia não afetou a espiritualidade dos irmãos, muito pelo contrário: esse período de ausência nos templos ampliou o conceito sociológico de família, conhecida como a “célula mater da sociedade”, para o conceito bíblico de “célula mater da igreja”, fortalecendo, desse modo, a ideia de que a família se constitui a célula primeira do Corpo de Cristo, também considerada como “igreja doméstica” ou a igreja em miniatura.

Agora que a pandemia aparentemente está arrefecendo em muitos lugares, quais os principais desafios que o irmão acredita que a igreja precisará enfrentar pós-pandemia?

Não resta dúvida que após ter passada essa pandemia, teremos um outro olhar para a vida, para os outros e para a natureza. Iremos cuidar melhor da nossa forma de viver, tendo mais atenção com a forma de nos relacionar, nos observar e ampliar a nossa cosmovisão cristã. Penso que nós, os obreiros de um modo geral, precisamos rever a nossa espiritualidade pessoal, servindo à Igreja, à Noiva do Cordeiro, a Menina dos Olhos de Deus, com mais a mor aos nossos irmãos, e incrementar ainda mais a evangelização e a obra missionária.

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