Suprema excelência do amor

Suprema excelência do amor

Não há como caracterizar um sentimento tão sublime e completo como o amor. Todas as religiões existentes no mundo, ainda que de maneira equivocada, pregam a sua importância na vida do ser humano. Outrossim, as pessoas em geral, mesmo crendo ou não em alguma religião, também possuem sua visão sobre esse sentimento, e não é difícil vermos na TV ou mesmo nas redes sociais como a crescente busca pelo “amor” tem se tornado cada vez mais ampliada. A sociedade tem pregado veementemente que devemos aceitar qualquer desejo alheio ou comportamento, apenas porque esse sentimento deve estar prevalente nesta avaliação. Os mais “espertos” usam o termo para encobrir suas más práticas pecaminosas, acusando qualquer que discorde de não sentir amor pelo próximo. A verdade é que muitas vezes se confunde qualquer emoção ou desejo pecaminoso com o verdadeiro amor descrito na Bíblia. Os que usam essa concepção para esconder suas práticas não conhecem de fato o que ele significa, usando-o ao esmo.

O amor Ágape de Deus está acima de qualquer sensação humana. Ele é totalmente visível e palpável em nossa vida, prova disso é a nossa própria existência neste mundo, uma forte evidência de um amor sem igual de nosso Senhor. Paulo diz que Ele provou o Seu amor por nós quando nos deu Seu filho para morrer em nosso lugar (Romanos 5.7-9), ou seja, Deus, por Seu infinito amor, já deu a largada em nosso relacionamento ofertando-nos Seu filho para nos salvar da condenação eterna. Quem corresponde a esse amor está salvo desta condenação (João 3.16,18,36; 5.24). João diz que esse amor foi “de uma tal maneira” que Ele não poupou nem Seu filho ao ofertá-lO à humanidade caída. Isso evidencia a grandeza desse amor por nós. Não há como mensurá-lo.

O  amor divinamente bíblico deve estar manifesto entre nós não apenas como um mero sentimento ou motivação interior, mas também como comportamento e atividade. Ele deve ser não somente expressado com palavras, mas também como ação e demonstração. Quando questionado pelos fariseus sobre qual era o primeiro grande mandamento, Jesus apresentou um modelo excepcionalmente completo que se resume no amor tanto do homem para com Deus como para com o próximo. É o que classificamos como relacionamento vertical e horizontal, no qual o homem precisa amar a Deus de todo o seu coração, e de toda a sua alma, e de todo o seu pensamento, e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22.37-40). Deus deve ser primazia em nosso coração, de maneira que a nossa vida esteja inteiramente entregue a Ele. Era isso que Jesus queria que os discípulos entendessem (Mateus 16.21-27; Lucas 14.26). Deus deve ser amado com toda a nossa alma, isso significa dizer que todo o nosso homem interior deve estar plenamente devotado ao Senhor, amando e obedecendo a Sua Palavra (1 Tessalonicenses 5.23). Nossa mente, de igual modo, deve estar completamente ligada nas coisas que são de cima (Colossenses 3.1-17), isto é, pensar em “tudo que é verdadeiro, tudo que é honesto, tudo que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Filipenses 4.8). É isso que significa ter a mente de Cristo (1 Coríntios 2.16).

Não existe a menor possibilidade de uma pessoa que trilha sob as práticas do pecado possuir o amor de Pai em sua vida (1 João 2.3-6). É totalmente impossível um indivíduo dizer amar a Deus e continuar praticando obras más. Quem defende que tudo deve ser tolerado por causa do amor deve entender que esse amor não é o amor bíblico. Amor não é diploma de licença para pecar. Deus nos ama, mas também exige santidade de Seus filhos como prova de seu amor por Ele (1 João 5.3). Amar a Deus implica desprezar as obras do pecado (1 João 2.15-17). Quem sente amor pelas práticas mundanas não pode possuir o amor do Pai. Quem apoia as obras carnais não tem o apoio de Deus e quem as pratica não faz parte da comunhão dos santos.

Obedecer a Jesus é a plena demonstração do amor que por Ele sentimos (João 14.15). Amá-lO é buscar fazer a Sua vontade com prazer e dedicação, procurando glorificá-lO com alegria e satisfação. O verdadeiro discípulo de Cristo não é o mais bem vestido, estudado e nem o mais resolvido financeiramente. O verdadeiro discípulo de Cristo é aquele que guarda os Seus mandamentos (João 15.7-10), e essas ordenanças, para os que O amam, “não são pesadas” (1 João 5.3), porque o que reina na vida dos seus discípulos é o prazer de servir ao seu Senhor. Não é difícil conhecer um discípulo de Jesus: é só olhar para suas ações e seu comportamento para perceber como ele age com seu próximo, com sua família, com seu pastor, e observar suas atitudes em seu ambiente de trabalho. O amor de Deus é visível em todos esses aspectos, sem exceção.

A atuação do amor também deve estar presente até mesmo no exercício dos dons, tanto ministeriais como espirituais (ou congregacionais). A própria analogia que Paulo usou para demonstrar isso é prova desta verdade. O doutor dos gentios analisa que da mesma maneira que um membro precisa do outro para compor o corpo (1 Coríntos 12.11-14; 27-31), nós também devemos usar o nosso dom com amor para que ele venha beneficiar não apenas a nós mesmos, mas também a toda a congregação. Ele acrescenta que de nada adiantaria falar todos os idiomas existentes no mundo ou até mesmo aprender o dos anjos, possuir o dom de profecia, conhecer todos os mistérios da ciência, ter uma fé extraordinária, se faltasse nele o amor (1 Coríntios 13.1-3). O que deve nos motivar tanto a buscar os dons como a saber sua correta maneira de usar é exatamente o amor. Todos são incentivados a buscar os dons por amor e a saber usá-los com amor, até a vinda daquEle que é perfeito acontecer (1 Coríntios 13.10) trazendo o fim da necessidade dos dons. Quanto ao amor, permanecerá para sempre e nunca cessará (1 Coríntios 13.8).

Sem dúvidas, o amor é muito mais excelente que os dons, sejam espirituais ou ministeriais; no entanto, estes só serão desnecessários quando Cristo se manifestar por intermédio da Sua vinda. Enquanto isso não acontece, eles devem sim ser fervorosamente buscados para edificação do Corpo de Cristo. Devemos buscar esses dons justamente porque amamos nossos irmãos e desejamos juntamente com eles ser edificados pelo poder do Espírito Santo.

Todos os crentes em Jesus devem entender que o amor precisa ser uma marca distintiva dos servos de Cristo. Jamais ele deve ser ofuscado pelas palavras (1 João 3.18). É nosso dever apresentar a todos o amor que possuímos por nosso Senhor e Salvador. A falta de amor não é um problema que só os ímpios conhecem, ela também pode ser exercida por crentes. Jesus disse que um dos grandes sinais de Sua volta seria exatamente o esfriamento do amor (Mateus 24.12) e o aumento da iniquidade, algo que já pode ser visto muito presente na sociedade atual. A própria confusão de amor com sentimentos carnais é uma grande prova deste fato.

Por, Osiel de Sá.

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