O excesso de informações e as pressões sofridas tanto no trabalho, como na vida pessoal por uma performance inatingível, somado a expectativa criada por uma sociedade consumista que valoriza mais o ter em detrimento do ser, cria-se nas pessoas uma insatisfação generalizada e um sentimento de impotência que fazem elas adoecerem.
Por contenção de espaço, neste artigo, abordaremos especificamente sobre a ansiedade, o medo e as fobias.
A ansiedade é caracterizada por uma experiência subjetiva de uma tensão desagradável e de inquietação que acompanham o conflito ou ameaça psíquica. É um estado emocional normal, uma característica biológica da conduta humana, sentida como antecipação a momentos de perigos reais ou imaginários. É um transtorno psicológico que provoca inquietação, dificuldade de concentração, irritação, fadiga, mal humor etc.; e leva a pessoa a se sentir como se estivesse prestes a enfrentar uma catástrofe.
Os sintomas da ansiedade podem evoluir para uma crise de angústia ou de pânico de curta duração ou de maior intensidade. Fisicamente surgem sintomas como vertigens, tonturas, náuseas, aperto (nó) na garganta, peso na cabeça, respiração ofegante, palpitações cardíacas, alterações de pressão, dispneia, suor, tremores pelo corpo, expressão de terror no rosto, complicações gástricas etc.
A ansiedade é uma resposta emocional provocada por medo. Pessoas ansiosas estão sempre pensando de forma negativa e focando mais o negativo do que o positivo em seus pensamentos e situações de vida. Se este transtorno não for tratado pode evoluir para o desenvolvimento de crises de pânico.
O pânico é caracterizado por uma ocorrência repentina, inesperada e de certa forma inexplicável de crises de ansiedade aguda marcada por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes, que atingem sua intensidade máxima em até 10 minutos. Durante o ataque de pânico, em geral de curta duração, a pessoa experimenta a nítida sensação de que vai morrer, ou de que perdeu o controle sobre si mesma e vai enlouquecer.
As crises fóbicas são quadros caracterizados pelo medo de determinados lugares, objetos ou situações, que determinam uma série de condutas de evitação e outras de segurança.
As fobias que mais tem causado transtornos na atualidade são:
A fobia social – um transtorno de ansiedade, que é caracterizado pela extrema ansiedade diante de situações em que a pessoa se sinta avaliada por outros. As situações sociais temidas podem ser variadas, como escrever na frente dos outros, falar em público, comer em locais públicos, entrar em lugares cheios, ir a um evento social, fazer uma entrevista de emprego, encontrar um conhecido etc. Dependendo da intensidade do problema a pessoa se isola e não consegue mais sair de casa.
A síndrome do pânico – um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso. A pessoa tem a impressão de que vai morrer naquele momento de um ataque cardíaco, porque o coração dispara, sente falta de ar e tem sudorese abundante. Há uma sensação de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente.
Por que desenvolvemos os transtornos mentais?
Os transtornos mentais como a ansiedade e o medo são aprendidos. Faz parte das nossas vivências, experiências e traumas vividos. Tudo o que mentalizamos durante anos, positivo ou negativo irá arrumar um meio através da força do pensamento de tomar forma em seu equivalente material. Nosso modo de pensar e enxergar as coisas nos leva a ser o que somos, estabelecendo padrões negativos de comportamento.
Os padrões de comportamento são adquiridos por meio da plasticidade do Sistema Nervoso e a influência do ambiente onde nós nos desenvolvemos. A cada novo comportamento aprendido desde o nascimento até a fase adulta, várias conexões neurais ocorrem e se fixam no SNC (Sistema Nervoso Central), contribuindo para seu desenvolvimento normal e evolutivo. Uma criança, por exemplo, que foi deixada sozinha em um ambiente desconhecido, ou os pais esqueceram de ir buscá-la na escola, esta pode desenvolver um medo de ficar só. Uma pessoa que foi extremamente cobrada durante a infância pode se sentir incapaz ou insegura para enfrentar a realidade da vida durante a faze adulta. O que gravamos no subconsciente está programado para se tornar realidade física. O pensamento dá a ordem e o subconsciente cumpre.
Como tratar os transtornos mentais
A ansiedade, o medo e as crises de pânico podem ser tratadas. Seguem algumas dicas importantes para aqueles que sofrem desses transtornos:
Aprenda a relaxar. Respire profundamente contando de 1 até 3 e segure o ar por alguns segundos, depois solte bem lentamente pela boca. Use o diafragma (músculo importante que atua em nossos movimentos de respiração – inspiração e expiração). Faça isso sempre que sentir medo e ansiedade e se sentirá melhor.
Mude a percepção das coisas. As nossas atitudes são influenciadas pelas informações que recebemos e a forma como as percebemos. A partir da percepção que tivermos dessas informações desenvolvemos uma predisposição para agir. A percepção é um processo que vai desde a recepção do estímulo por meio dos órgãos dos sentidos, até a atribuição do significado e a resposta que damos a esse estímulo.
Afirme para si mesmo que tudo está bem. Recite versículos bíblicos como: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Salmos 23.1); “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Salmos 46.10); “O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra” (Salmos 121.1). Essas afirmações geraram segurança e desviam a mente dos pensamentos aterrorizantes de medo e ansiedade.
Viva o momento presente, tirando o foco das preocupações e concentrando-se em coisas que lhe faça sentir bem. Pense em imagens que lhe tranquilizem.
Faça atividades físicas. O sedentarismo é um mal que não só prejudica a saúde física, como a saúde mental. Para sair do sedentarismo é necessário mudar alguns hábitos vida. É recomendado a prática de atividades físicas pelo menos três vezes por semana. É importante que se comece de forma gradual, mas antes, deve-se obter uma avaliação médica. Quem pratica exercícios físicos se sente melhor e vive mais tranquilo.
Aprenda a controlar a sua mente. A mente humana não é como um computador que quando não queremos mais algo, deletamos ou simplesmente jogamos para a lixeira. É necessário que se aprenda a controlar a sua mente.
A higiene mental é a fonte da saúde da paz e do bem-estar. Quando pensamos melhor, agimos melhor e gozamos de mais saúde.
Isto nos torna mais felizes. Mas por que não conseguimos fazer isto com facilidade? Porque a maioria dos nossos hábitos e comportamentos são inconscientes. Vivemos no piloto automático e repetimos padrões de comportamento aprendidos. É necessário um treino mental para libertar-se desses padrões que geram ansiedade e medo.
Atuando já a três décadas como psicólogo, criei um método de desenvolvimento mental, que aplico com os meus pacientes e uso nos treinamentos que realizo on-line. Os resultados são incrivelmente positivos.
Esse método tem por objetivo conduzir as pessoas a uma vida melhor e sem bloqueios, trazendo soluções para transtornos mentais como a ansiedade, o medo, as fobias, as compulsões, anorexia, bulimia etc.
É necessário aprender a controlar os pensamentos. Afastar todos os obstáculos da mente. Aprender a direcionar os pensamentos até torná-los dominantes. Usar a imaginação para desviar os pensamentos negativos. Parar de pensar nos medos, substituindo estes por uma imagem mental do seu positivo daquilo que pretende alcançar.
O método leva a pessoa a compreender os padrões de comportamentos negativos, descobrir as sugestões e âncoras que fazem os padrões de comportamento se repetirem e estabelecer um novo padrão de comportamento.
Conclusão
É importante o apoio espiritual dado pelo pastor ou conselheiro cristão. O cultivo de uma vida devocional, o uso da Palavra de Deus e a oração podem ser um diferencial no tratamento desses transtornos.
Nos casos mais graves, aconselhamos a procura por uma ajuda profissional. Se faz necessário o acompanhamento psicológico e, se necessário, um tratamento medicamentoso. A Psicoterapia pode ajudar a pessoa a corrigir os padrões de pensamentos negativos e adaptarem-se melhor ao mundo a sua volta.
Por, Jamiel de Oliveira Lopes.
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