Viuvez em tempo de pandemia

Viuvez em tempo de pandemia

A promessa de hoje é para aqueles que se refugiam em Deus (Isaías 54.5). Já faz alguns meses que o Senhor vem falando comigo acerca da viuvez em tampo de pandemia. Perguntei ao Criador a razão da inspiração que me foi dada do conteúdo que aqui apresento, dizendo: “Senhor, eu não experimentei a viuvez, por isso eu não sei dimensionar a magnitude dessa dor. Eu posso apenas chorar com as que choram”. Após a oração, compreendi o meu incômodo: devido à pandemia, eu não podia abraçar. Eu sou daquelas pessoas que dizem “Eu te amo” através de um abraço. Agora, porém, a situação mudara e eu não podia dizer ao ouvido de uma amiga “Deus está cuidando de tudo”, “Conte comigo”, “O amor de Deus é maior do que a sua luta”. O diálogo agora era por telefone e tudo soava muito distante.

No momento em que a pandemia da Covid-19 teve início, eu estava no exterior e observei o caos provocado e o cuidado do Senhor para conosco. A confiança de que Deus está no controle, mesmo diante de situações adversas, quando até mesmo não conseguimos compreender o que acontece ao nosso redor, fortalece-nos e oferece a esperança de que a noite não dura para sempre. Depois de algum tempo, quando retornei para o Brasil, aquele sentimento aflorou dentro de mim outra vez. Sabia que Deus cuidava dessas mulheres, porque Jesus possui o bálsamo para cada situação, e que no Seu tempo a dose exata do remédio divino seria ministrada aos corações daquelas mulheres. Apenas esperei acontecer, até que um dia o Senhor me disse: “Diga a elas: ‘Eu sou seu esposo’”.

O primeiro sentimento em caso de relacionamento rompido é o medo da solidão. O Criador observou Adão no jardim do Éden e disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2.18). Porém, se essa foi a conclusão dEle, porque tantas mulheres estão enfrentando a viuvez solitárias? Uma resposta a essa pergunta está na opção que muitos fazem de um completo isolamento ou de esperar que outras pessoas – filhos, netos, parentes ou amigos – preencham o vazio deixado pelo ente amado. Além disso, há o isolamento com Cristo e o sem Cristo. Os períodos de isolamento com Cristo são extremamente desejáveis, uma vez que, ao realizar isso, nos aproximamos do maior e melhor amigo que podemos ter (João 15.15). O isolamento sem Cristo, por sua vez, é a pior escolha de um ser humano, porque sem Ele estamos completamente sozinhos, mesmo em meio a uma multidão. A vontade ou os planos divinos afloram em nossos corações quando permitimos que Ele preencha nosso vazio com a Sua presença.

O papel do esposo é amar. Vemos uma analogia a esse sentimento em1 João 4.8, onde encontramos a expressão “Deus é amor”. Na verdade, Ele não está no amor, mas é o próprio amor. É por causa desse amor que jamais ficaremos órfãos. O Senhor nunca nos deixa sozinhos, e o mais importante é que, apesar das circunstâncias que vivenciamos hoje, nada é capaz de nos separar desse amor. Não há lugar para o abandono, pois Ele nos garantiu: “Nunca, jamais te abandonarei”. O salmista deixou registrado esse notável sentimento divino: “Como é precioso o teu amor! Na sombra das tuas asas, encontramos proteção” (Salmos 36.7 – NTLH). O amor de Deus é refrigério para nossa alma. A expressão “na sombra das tuas asas, encontramos proteção” nos traz à memória a segurança de um abraço amoroso e protetor. Quem já não vivenciou isso no casamento? Como união profunda que é, o casamento produz um senso de satisfação mútua para o casal, além de glorificar a Deus, cumprindo os seus propósitos. O amor de Deus manifesta-se na sua rica misericórdia para conosco. Como é precioso saber que o amor de Deus nos rodeia e está em nós através do Seu Espírito Santo!

O papel do esposo é oferecer proteção. “Torre forte é o nome do Senhor; para ela correrá o justo e estará em alto retiro” (Provérbios 18.10). A função de uma torre é oferecer proteção e abrigo contra ameaças. Na maioria dos casos, essas fortificações são erguidas em lugares altos e são construções grandes no intuito de abrigar toda a população de uma cidade. Podemos dizer que o Senhor nosso Deus é uma poderosa fortaleza em nossa vida. No atual momento que atravessa a humanidade, buscamos ajuda em pessoas ou instituições incapazes de oferecer segurança. O que Deus espera de nós é essa confiança, a certeza plena de que com Ele estamos realmente seguros. Entretanto, a segurança tão almejada por muita gente, não é a ausência de problemas, mas é saber que mesmo em meio as circunstâncias adversas o Senhor nos socorrerá. “Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a Terra” (Salmos 121.1,2) Essa passagem mostra que o único refúgio que Davi encontrou em tempos difíceis foi em seu Deus. O abraço do Mestre acalma, consola, protege e garante segurança.

O papel do esposo é suprir necessidades. “O meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus, todas as necessidades” (Filipenses 4.9). No que diz respeito à provisão, temos um Deus generoso e provedor desde a criação. Foi Ele quem proveu alimento para todos os animais; foi Ele quem proveu alimento para Adão (Gênesis 1.11); foi Ele quem proveu roupas para Adão e Eva (Gênesis 3.21). No momento em que o Senhor criou o ser humano, Ele conhecia todas as suas necessidades e jamais deixou de atender a Seus filhos. O criador revela a Sua bondade até mesmo para quem O ignora. Por acaso, então, nos abandonaria? Em Jesus, vemos a verdadeira figura do esposo provedor. O Messias não dispensou a multidão com fome, não deixou os discípulos sem os peixes, proveu o vinho para o noivo, ensinou a reunirmos a família e amigos em torno de uma mesa e proverá as Bodas do Cordeiro.

Quando lemos 1 Reis 17, observamos o desespero da viúva de Sarepta, que aguardaria a morte bater a sua porta depois de servir a a última refeição para ela e seu filho, mas o Senhor a socorre no momento exato. Ele não esperou que acabasse o alimento dentro de casa para entrar com providência, mas esperou que ela não tivesse mais onde buscar para mostrar que é Deus provedor.

O Senhor nos socorre todos os dias, não apenas nos momentos de extrema dificuldade. A nossa dependência ao Altíssimo nos traz segurança e paz. Segurança porque confiamos no Seu socorro; paz porque conhecemos a Sua fidelidade. Eu mesma já presenciei momentos nos quais o Senhor abriu as janelas do céu. Portanto, confiemos no nosso marido celestial, que não deixará de nos amparar, porque Ele nos ama a ponto de ter morrido para nos salvar (João 3.16).

Por, Vera Lúcia da Silva.

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