Com relação ao Inferno, devemos considerar a autoridade das Sagradas Escrituras, porque a Palavra de Deus tem origem no próprio Deus (Êxodo 24.12); a Palavra de Deus é a verdade (João 17.17; Mateus 24.35), é eterna (Salmos 119.89), é infalível (Marcos 13.31), tem origem no Deus imutável (Malaquias 3.6), tem origem no Deus que não mente (Hebreus 6.18). A Palavra Eterna de Deus é Deus (João 1.1; 10.30).
A Escritura revela que a parte imaterial do homem subsiste após a morte. É de fé e teologicamente certo que a parte imaterial do homem subsiste após a morte (Eclesiastes 12.7; Hebreus 9.27; Lucas 23.43). O vidente João viu as almas dos mártires no céu (Apocalipse 6.9-11; 20.4). Salomão, pelo Espírito falou da subsistência da parte imaterial do homem após a morte (Eclesiastes 12.7). Jesus falou categoricamente da subsistência da alma após a morte em textos como Marcos 12.24-27 e Lucas 16.19-31; 23.43. Estando, pois, provado na Escritura que a parte imaterial do homem [espírito, alma] subsiste à morte, a mesma Escritura sustenta que essa subsistência é eterna (Eclesiastes 12.7; Lucas 16.19-31; 23.46). Portanto, Jesus morreu para nos livrar do sofrimento eterno (João 3.16). Os homens serão ressuscitados para a vida eterna (Mateus 26.25-34; 41,46) ou para o castigo eterno (Mateus 25.46; Apocalipse 20.10,15). A doutrina do aniquilamento (de que os perdidos apenas desaparecerão, em vez de viverem eternamente em suplício) é inconsistente com a doutrina bíblica.
Nas Escrituras, encontramos o registro tanto do julgamento individual como do julgamento coletivo dos atos humanos pelo Senhor do universo. O julgamento é individual, particular (Eclesiastes 12.14; Hebreus 9.27), mas também universal (Apocalipse 20.11-15). Todos hão de comparecer perante o juiz (Hebreus 9.27). O dia do julgamento está estabelecido (Atos 17.30-31). O dia do juízo é dia de ira (Romanos 2.5). O juízo é justíssimo (Romanos 2.5). O dia do juízo é chamado de o grande dia (Judas 6).
As Escrituras revelam que haverá condenados na eternidade. Em Lucas 13.22-24, fala-se que muitos não conseguiram a salvação; em Deuteronômio 12.2 fala-se que houve ressurreição para vergonha e desprezo; em Mateus 25.31-46 fala-se que os injustos foram para o suplício eterno; em Mateus 8.12 fala-se que os filhos do Reino que apostataram serão lançados nas trevas; na Parábola do Semeador (Mateus 13.1-8; 1923), somente um quarto das sementes foi salva; na Parábola do Joio (Mateus 13.24-30; 41-42), os falsos cristãos serão queimados no fogo; na Parábola da Rede (Mateus 13.47-50), os falsos cristão irão para fornalha de fogo; e na Parábola das Dez Virgens (Mateus 25.1-12), só a metade foi salva.
As Escrituras revelam que a condenação é eterna e irreversível. Não há possibilidade de mudanças no além túmulo (Lucas 16.26). Os condenados serão atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos (Apocalipse 20.10,15). A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos, e não tem descanso algum, nem de dia e nem de noite. Os adoradores da besta e da sua imagem e quem receba a marca do seu nome se perderão (Apocalipse 14.9-11).
O lugar dos condenados nas Escrituras é chamado de Inferno. Em Mateus 5.22, é dito que quem chama o irmão de tolo estará sujeito ao Inferno; em Mateus 5.29, há a possibilidade de perda total, isto é, espírito e corpo no Inferno; igualmente em Mateus 5.30; 10.28; de igual modo em Mateus 11.23, onde é dito que os habitantes incrédulos de Cafarnaum desceriam até ao Inferno. Em Mateus 16.18, as “portas do inferno” não prevaleceriam contra igreja; em Mateus 18.9, há alusão à perdição eterna no Inferno. Mateus 23.15 registra os prosélitos feitos pelos fariseus como filhos do Inferno. Em Mateus 23.33, o Senhor pergunta: “Como escapareis da condenação do Inferno?”. Marcos 9.43,47 mostra que o ímpio ressuscitado será lançado no Inferno. Lucas 12.5 registra que quem blasfemar consciente contra o Espírito será condenado ao Inferno. Lucas 16.23 registra o rico avarento no Inferno em tormento. Em Tiago 3.6, há menção ao Inferno, igualmente em 2 Pedro 2.4. Em Apocalipse 1.18, o Senhor detém as chaves da morte e do Inferno. Em Apocalipse 20.14, a morte e o Inferno foram lançados no Lago de Fogo.
Segundo o biblista, J. Michel, o termo Inferno é substituído por Fogo (Mateus 7.19), Separação de Deus (Mateus 7.23), Fornalha de Fogo (Mateus 13.42), Fogo Eterno (Mateus 18.8; 25.41), Fogo Inextinguível (Marcos 9.43), Verme que não morre (Marcos 9.48), Fogo que não se apaga ( Marcos 9.48),Trevas e Trevas Exteriores (Mateus 8.12; 22,13; 25,30), Juízo (João 5.24), Ressurreição do Juízo (João 5.29); Morte (João 8.51; Romanos 6.21, 23), Perda (João 17.12), Ira e Furor (Romanos 2.8, 9; 2 Tessalonicenses 1.8; Apocalipse 16.19), Segunda Morte (Apocalipse 2.11; 20.6; 20.14; 21.8), Perdição e Corrupção (Gálatas 6.8; Filipenses 3.19; Hebreus 10.39), Perdição Eterna (2 Tessalonicenses 1.9), Exclusão do Reino de Deus (1 Coríntios 6.9; Gálatas 5.21; Efésios 5.5) e Ressurreição para Condenação (Deuteronômio 12.2; João 5.29; Atos 24.15).
Segundo as Escrituras, os rotulados abaixo incorrem na condenação do inferno: os prostitutos (Gálatas 5.19), os impuros (Gálatas 5.19; 1 Coríntios 5.10-13), os que exercem a lascívia (Gálatas 5.19; Apocalipse 21.8), os idólatras (Gálatas 5.20; 1 Coríntios 5.9-13; Apocalipse 21.8), os feiticeiros ativos e passivos (Gálatas 5.20; Apocalipse 21.8), os invejosos (Gálatas 5.21), os alcoólatras (Gálatas 5.21; 1 Coríntios 10.5-9,13; 6.9-11), os glutões (Gálatas 5.21), os que praticam a homossexualidade (1 Coríntios 6.9), os ladrões e corruptos (1 Coríntios 6.9-10), os adúlteros (1 Coríntios 6.9-11), os sodomitas (1 Coríntios 6.911), os avarentos (1 Coríntios 6.9-11), os maldizentes (1 Coríntios 6.9-11), os blasfemadores (Mateus 12.36), os incrédulos (Mateus 16.15-16; Apocalipse 21.8) e os covardes (em relação ao Evangelho) (Mateus 25.14-30; Lucas 19.12-27; Apocalipse 21.8).
Não é da vontade de Deus a perdição do homem. O inferno não foi feito para o homem (Mateus 25). O homem foi destinado para a vida eterna (Efésios 1.4; Apocalipse.13). A queda do homem não apanhou Deus de surpresa, mas como o Inferno é uma realidade bíblica incontestável, para não incorrermos em suas penas eternas, só há uma escapatória: receber o Senhor como Salvador e nEle permanecer.
REFERÊNCIAS
Aquino, Tomás de. Exposição sobre o credo. Edições Loyola. São Paulo. p.53.
1, 2 Citado em Bettencourt, Estevão. Curso por Correspondência: Os Novíssimos (Escatologia). Escola “Mater Ecclesiae”. Sd. Rio de janeiro. ps.1 e 7
Michl. J. In: Dicionário de Teologia Bíblica V. I. (E.) Johannes B. Bauer. Edições Loyola. São Paulo. 1988. ps. 515 a 517.
Por, Francisco Gonçalves da Costa.
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