O bispo Telésforo foi o primeiro a sugerir, no ano 138 d.C., o dia 25 de dezembro como sendo a data do nascimento de Jesus. Porém, foi somente com o já mencionado papa Júlio I (337–352 d.C.) que se estabeleceu esta data, mesmo não tendo o consenso dos lideres da igreja. Depois da Reforma Protestante (século 16), houve também, o protesto contra a suposta data de 25 de dezembro como sendo a do Natal de Jesus, pelo fato de essa data ser o dia em que o mundo pagão antigo celebrava aos seus deuses. Discute-se ainda um Natal sem data.
Quando nasceu Jesus?
Lucas, no seu Evangelho, declarou tão somente que Maria, no sexto mês de Adar do Ano Civil dos judeus, que corresponde a fevereiro-março, recebeu a visita do anjo Gabriel, enviado por Deus, para anunciar que ela receberia a presença do EspÃrito Santo, que a faria engravidar para dar à luz um filho especial e o Seu nome seria Jesus. Não há como estabelecer uma data especÃfica. Porém, a despeito da diversidade de opiniões acerca da data do nascimento de Jesus, nada pode anular o fato de que Jesus nasceu em Belém da Judéia. Como Lucas registra, Zacarias e Isabel teriam um filho - provavelmente no ano 6 a.C. - que marcaria o fim de uma era (dos profetas do antigo concerto) e o filho de Maria iniciaria um novo tempo. João Batista nasceu no nono mês (abril) de gestação e Maria estava no 3º mês de sua gestação, ou seja, faltavam cerca de 6 meses para ela dar à luz. O texto de Lucas diz que quando se completaram os dias de dar à luz (Lucas 2.6), Maria deu à luz o menino Jesus. Conclui-se, então, que quando João Batista tinha aproximadamente seis meses de idade, Jesus nasceu. Segundo a narração de Mateus, Jesus nasceu enquanto o rei Herodes ainda vivia e foi ele que ordenou a matança de meninos abaixo de dois anos, com a finalidade de impedir que um menino em especial se constituÃsse numa ameaça ao seu reino. Possivelmente, Jesus teria nascido cinco anos anos antes de iniciar-se o Anno Domini.
A celebração da data de 25 de dezembro para o Natal de Jesus não altera a importância do fato de que “no princÃpio era o Verbo; o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (João 1.1). O Evangelho de João declara mais adiante (v.14): “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
Para a Igreja neotestamentária, o dia da comemoração do Natal é um dia comum, mas devemos entender que os cristãos celebram esta data porque um dia Jesus nasceu para ser o nosso Salvador.
O Natal de Jesus foi o raiar de um Novo Dia
O Natal de Jesus foi o raiar de um Novo Dia. Esse Novo Dia deu inÃcio com o nascimento de uma nova civilização no mundo de então. Existem textos que mostram o extraordinário alcance do fato de que “Verbo que se fez carne” (João 1.14), inaugurando uma nova dispensação divina para todos quantos O aceitariam como o enviado de Deus. Conforme lemos em Lucas 16.16, a Lei e os Profetas duraram até João Batista, e desde então é anunciado o Reino de Deus em todo o mundo, cumprindo-se a ordem de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15).
Indubitavelmente, o nascimento de Jesus promoveu uma nova civilização. Devemos entender que “civilização diz respeito ao conjunto de caracteres próprios da vida social, polÃtica, econômica e cultural de um paÃs ou de uma região”. Ora, o nascimento de Jesus não foi mais um no aumento demográfico da humanidade, mas foi uma revolução na vida de toda a humanidade. O curso da historia mudou sua trajetória catastrófica para uma nova história, um novo caminho traçado por Deus para fazer esta historia. Naquele tempo do 1º século da Era Cristã, prevalecia a filosofia dos gregos, o sistema persa dos babilônicos e a polÃtica dos romanos. Mas, quando Jesus nasceu, Sua presença e Sua mensagem promoveram a transformação dos costumes sociais da humanidade e a mudança para valores éticos que influenciariam o mundo inteiro.
O Natal de Jesus afetou a humanidade
Em primeiro lugar, o nascimento de Jesus foi uma intervenção divina na vida da humanidade. O apóstolo Paulo teve a revelação do EspÃrito Santo ao declarar aos gálatas: “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4.4). A vinda do Filho de Deus “na plenitude dos tempos” significava a finalização da antiga era e a aurora da nova. Aos Efésios 1.10, Paulo fala da “dispensação da plenitude dos tempos”, uma expressão que indica o fim de uma época ou de um perÃodo em que Cristo colocará cada coisa no seu devido lugar, e tudo quanto Deus Pai planejou em Cristo, segundo o Seu eterno propósito, alcançará completa realização. Ainda na expressão “a plenitude dos tempos”, entende-se que o mundo judaico estava na expectativa da vinda do Messias e então, Deus, o Pai, enviou Seu Filho Amado. O Filho enviado nunca deixou de existir, pois Ele era o Filho Eterno do Pai. Uma vez que que Ele foi “nascido de mulher”, indicando Sua natureza humana, entende-se a palavra de João quando diz que o Filho amado de Deus era o “Verbo divino que se fez carne” (João 1.14).
Em segundo lugar, o nascimento de Jesus revelou o mistério da redenção. Mais uma vez, o grande apóstolo cristológico, Paulo, escrevendo aos efésios diz: “E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo; isto é, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos” (Efásios 1.8-10). Quando Jesus nasceu, o mistério que esteve oculto na mente de Deus foi revelado, porque “Ele o deu a conhecer”. No nascimento de Jesus, a redenção do homem pecador foi confirmada porque Jesus se fez carne (isto é, homem) para cumprir o desÃgnio divino de dar “a sua vida pelos pecadores”.
Por, Elienai Cabral.
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