Como o nascimento de Jesus Cristo afetou toda a humanidade

A celebração do Natal no mundo cristão se constitui numa das festas mais importantes do Cristianismo. Celebra-se o nascimento de Jesus, evento que marcou a distinção entre os tempos antes e depois do Seu nascimento. A data precisa do Seu nascimento não era, nem foi 25 de dezembro. Não existe comprovação histórica acerca de Ele ter nascido no dia 25 de dezembro. Nos dois primeiros séculos d.C., debatia-se entre os cristãos, especialmente entre os líderes da igreja, a data do nascimento dEle, mas não havia nada que comprovasse uma data específica. Então, como no Império Romano havia uma festividade pagã em homenagem ao Sol (culto romano que tinha uma associação com o culto a Mitra, um deus de origem persa) e esta acontecia no dia 25 de dezembro, e visto que a Igreja Católica passou a dominar a religião no Império Romano, o papa Júlio I, no ano 350 d.C., resolveu adotar a data de 25 de dezembro para celebrar o nascimento de Jesus, com a intenção de enfraquecer as comemorações pagãs. Queria esse papa não só enfraquecer o mundo pagão, mas também atrair as pessoas do mundo gentio para a igreja. Nesse mesmo dia celebrava-se também o culto a Saturno, que era a festa tradicional da Saturnália.

O bispo Telésforo foi o primeiro a sugerir, no ano 138 d.C., o dia 25 de dezembro como sendo a data do nascimento de Jesus. Porém, foi somente com o já mencionado papa Júlio I (337–352 d.C.) que se estabeleceu esta data, mesmo não tendo o consenso dos lideres da igreja. Depois da Reforma Protestante (século 16), houve também, o protesto contra a suposta data de 25 de dezembro como sendo a do Natal de Jesus, pelo fato de essa data ser o dia em que o mundo pagão antigo celebrava aos seus deuses. Discute-se ainda um Natal sem data.

Quando nasceu Jesus?

Lucas, no seu Evangelho, declarou tão somente que Maria, no sexto mês de Adar do Ano Civil dos judeus, que corresponde a fevereiro-março, recebeu a visita do anjo Gabriel, enviado por Deus, para anunciar que ela receberia a presença do Espírito Santo, que a faria engravidar para dar à luz um filho especial e o Seu nome seria Jesus. Não há como estabelecer uma data específica. Porém, a despeito da diversidade de opiniões acerca da data do nascimento de Jesus, nada pode anular o fato de que Jesus nasceu em Belém da Judéia. Como Lucas registra, Zacarias e Isabel teriam um filho - provavelmente no ano 6 a.C. - que marcaria o fim de uma era (dos profetas do antigo concerto) e o filho de Maria iniciaria um novo tempo. João Batista nasceu no nono mês (abril) de gestação e Maria estava no 3º mês de sua gestação, ou seja, faltavam cerca de 6 meses para ela dar à luz. O texto de Lucas diz que quando se completaram os dias de dar à luz (Lucas 2.6), Maria deu à luz o menino Jesus. Conclui-se, então, que quando João Batista tinha aproximadamente seis meses de idade, Jesus nasceu. Segundo a narração de Mateus, Jesus nasceu enquanto o rei Herodes ainda vivia e foi ele que ordenou a matança de meninos abaixo de dois anos, com a finalidade de impedir que um menino em especial se constituísse numa ameaça ao seu reino. Possivelmente, Jesus teria nascido cinco anos anos antes de iniciar-se o Anno Domini.

A celebração da data de 25 de dezembro para o Natal de Jesus não altera a importância do fato de que “no princípio era o Verbo; o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (João 1.1). O Evangelho de João declara mais adiante (v.14): “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

Para a Igreja neotestamentária, o dia da comemoração do Natal é um dia comum, mas devemos entender que os cristãos celebram esta data porque um dia Jesus nasceu para ser o nosso Salvador.

O Natal de Jesus foi o raiar de um Novo Dia

O Natal de Jesus foi o raiar de um Novo Dia. Esse Novo Dia deu início com o nascimento de uma nova civilização no mundo de então. Existem textos que mostram o extraordinário alcance do fato de que “Verbo que se fez carne” (João 1.14), inaugurando uma nova dispensação divina para todos quantos O aceitariam como o enviado de Deus. Conforme lemos em Lucas 16.16, a Lei e os Profetas duraram até João Batista, e desde então é anunciado o Reino de Deus em todo o mundo, cumprindo-se a ordem de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15).

Indubitavelmente, o nascimento de Jesus promoveu uma nova civilização. Devemos entender que “civilização diz respeito ao conjunto de caracteres próprios da vida social, política, econômica e cultural de um país ou de uma região”. Ora, o nascimento de Jesus não foi mais um no aumento demográfico da humanidade, mas foi uma revolução na vida de toda a humanidade. O curso da historia mudou sua trajetória catastrófica para uma nova história, um novo caminho traçado por Deus para fazer esta historia. Naquele tempo do 1º século da Era Cristã, prevalecia a filosofia dos gregos, o sistema persa dos babilônicos e a política dos romanos. Mas, quando Jesus nasceu, Sua presença e Sua mensagem promoveram a transformação dos costumes sociais da humanidade e a mudança para valores éticos que influenciariam o mundo inteiro.

O Natal de Jesus afetou a humanidade

Em primeiro lugar, o nascimento de Jesus foi uma intervenção divina na vida da humanidade. O apóstolo Paulo teve a revelação do Espírito Santo ao declarar aos gálatas: “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4.4). A vinda do Filho de Deus “na plenitude dos tempos” significava a finalização da antiga era e a aurora da nova. Aos Efésios 1.10, Paulo fala da “dispensação da plenitude dos tempos”, uma expressão que indica o fim de uma época ou de um período em que Cristo colocará cada coisa no seu devido lugar, e tudo quanto Deus Pai planejou em Cristo, segundo o Seu eterno propósito, alcançará completa realização. Ainda na expressão “a plenitude dos tempos”, entende-se que o mundo judaico estava na expectativa da vinda do Messias e então, Deus, o Pai, enviou Seu Filho Amado. O Filho enviado nunca deixou de existir, pois Ele era o Filho Eterno do Pai. Uma vez que que Ele foi “nascido de mulher”, indicando Sua natureza humana, entende-se a palavra de João quando diz que o Filho amado de Deus era o “Verbo divino que se fez carne” (João 1.14).

Em segundo lugar, o nascimento de Jesus revelou o mistério da redenção. Mais uma vez, o grande apóstolo cristológico, Paulo, escrevendo aos efésios diz: “E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo; isto é, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos” (Efásios 1.8-10). Quando Jesus nasceu, o mistério que esteve oculto na mente de Deus foi revelado, porque “Ele o deu a conhecer”. No nascimento de Jesus, a redenção do homem pecador foi confirmada porque Jesus se fez carne (isto é, homem) para cumprir o desígnio divino de dar “a sua vida pelos pecadores”.

Por, Elienai Cabral.

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