Inferno: uma realidade bíblica incontestável

Os antigos Romanos diziam: “Em tudo que faças, considera o fim, pois é o fim que dita o itinerário a percorrer”¹. O Filosofo Sêneca dizia: “O nosso erro está em julgar que a morte está diante de nós. No que se refere ao essencial, ela já passou. Uma parte de nossa vida está atrás de nós e pertencemos à morte” ². Tomás de Aquino dizia: “Devemos com solicitude descer ao inferno em espírito, meditando sobre as penas neles existentes. Desse modo, aquele que em vida vai lá pela meditação, não descerá facilmente para o Inferno na morte, porque tal meditação o afasta do pecado”. O biblista J. Michel escreveu: “Qualquer tentativa para diminuir a terrível seriedade do Inferno, duvidando de sua duração eterna, naufraga antes as claras afirmações das Escrituras”. Portanto, devemos nos apegar com mais firmeza às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos (Hebreus 2.1).

Com relação ao Inferno, devemos considerar a autoridade das Sagradas Escrituras, porque a Palavra de Deus tem origem no próprio Deus (Êxodo 24.12); a Palavra de Deus é a verdade (João 17.17; Mateus 24.35), é eterna (Salmos 119.89), é infalível (Marcos 13.31), tem origem no Deus imutável (Malaquias 3.6), tem origem no Deus que não mente (Hebreus 6.18). A Palavra Eterna de Deus é Deus (João 1.1; 10.30).

A Escritura revela que a parte imaterial do homem subsiste após a morte. É de fé e teologicamente certo que a parte imaterial do homem subsiste após a morte (Eclesiastes 12.7; Hebreus 9.27; Lucas 23.43). O vidente João viu as almas dos mártires no céu (Apocalipse 6.9-11; 20.4). Salomão, pelo Espírito falou da subsistência da parte imaterial do homem após a morte (Eclesiastes 12.7). Jesus falou categoricamente da subsistência da alma após a morte em textos como Marcos 12.24-27 e Lucas 16.19-31; 23.43. Estando, pois, provado na Escritura que a parte imaterial do homem [espírito, alma] subsiste à morte, a mesma Escritura sustenta que essa subsistência é eterna (Eclesiastes 12.7; Lucas 16.19-31; 23.46). Portanto, Jesus morreu para nos livrar do sofrimento eterno (João 3.16). Os homens serão ressuscitados para a vida eterna (Mateus 26.25-34; 41,46) ou para o castigo eterno (Mateus 25.46; Apocalipse 20.10,15). A doutrina do aniquilamento (de que os perdidos apenas desaparecerão, em vez de viverem eternamente em suplício) é inconsistente com a doutrina bíblica.

Nas Escrituras, encontramos o registro tanto do julgamento individual como do julgamento coletivo dos atos humanos pelo Senhor do universo. O julgamento é individual, particular (Eclesiastes 12.14; Hebreus 9.27), mas também universal (Apocalipse 20.11-15). Todos hão de comparecer perante o juiz (Hebreus 9.27). O dia do julgamento está estabelecido (Atos 17.30-31). O dia do juízo é dia de ira (Romanos 2.5). O juízo é justíssimo (Romanos 2.5). O dia do juízo é chamado de o grande dia (Judas 6).

As Escrituras revelam que haverá condenados na eternidade. Em Lucas 13.22-24, fala-se que muitos não conseguiram a salvação; em Deuteronômio 12.2 fala-se que houve ressurreição para vergonha e desprezo; em Mateus 25.31-46 fala-se que os injustos foram para o suplício eterno; em Mateus 8.12 fala-se que os filhos do Reino que apostataram serão lançados nas trevas; na Parábola do Semeador (Mateus 13.1-8; 1923), somente um quarto das sementes foi salva; na Parábola do Joio (Mateus 13.24-30; 41-42), os falsos cristãos serão queimados no fogo; na Parábola da Rede (Mateus 13.47-50), os falsos cristão irão para fornalha de fogo; e na Parábola das Dez Virgens (Mateus 25.1-12), só a metade foi salva.

As Escrituras revelam que a condenação é eterna e irreversível. Não há possibilidade de mudanças no além túmulo (Lucas 16.26). Os condenados serão atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos (Apocalipse 20.10,15). A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos, e não tem descanso algum, nem de dia e nem de noite. Os adoradores da besta e da sua imagem e quem receba a marca do seu nome se perderão (Apocalipse 14.9-11).

O lugar dos condenados nas Escrituras é chamado de Inferno. Em Mateus 5.22, é dito que quem chama o irmão de tolo estará sujeito ao Inferno; em Mateus 5.29, há a possibilidade de perda total, isto é, espírito e corpo no Inferno; igualmente em Mateus 5.30; 10.28; de igual modo em Mateus 11.23, onde é dito que os habitantes incrédulos de Cafarnaum desceriam até ao Inferno. Em Mateus 16.18, as “portas do inferno” não prevaleceriam contra igreja; em Mateus 18.9, há alusão à perdição eterna no Inferno. Mateus 23.15 registra os prosélitos feitos pelos fariseus como filhos do Inferno. Em Mateus 23.33, o Senhor pergunta: “Como escapareis da condenação do Inferno?”. Marcos 9.43,47 mostra que o ímpio ressuscitado será lançado no Inferno. Lucas 12.5 registra que quem blasfemar consciente contra o Espírito será condenado ao Inferno. Lucas 16.23 registra o rico avarento no Inferno em tormento. Em Tiago 3.6, há menção ao Inferno, igualmente em 2 Pedro 2.4. Em Apocalipse 1.18, o Senhor detém as chaves da morte e do Inferno. Em Apocalipse 20.14, a morte e o Inferno foram lançados no Lago de Fogo.

Segundo o biblista, J. Michel, o termo Inferno é substituído por Fogo (Mateus 7.19), Separação de Deus (Mateus 7.23), Fornalha de Fogo (Mateus 13.42), Fogo Eterno (Mateus 18.8; 25.41), Fogo Inextinguível (Marcos 9.43), Verme que não morre (Marcos 9.48), Fogo que não se apaga ( Marcos 9.48),Trevas e Trevas Exteriores (Mateus 8.12; 22,13; 25,30), Juízo (João 5.24), Ressurreição do Juízo (João 5.29); Morte (João 8.51; Romanos 6.21, 23), Perda (João 17.12), Ira e Furor (Romanos 2.8, 9; 2 Tessalonicenses 1.8; Apocalipse 16.19), Segunda Morte (Apocalipse 2.11; 20.6; 20.14; 21.8), Perdição e Corrupção (Gálatas 6.8; Filipenses 3.19; Hebreus 10.39), Perdição Eterna (2 Tessalonicenses 1.9), Exclusão do Reino de Deus (1 Coríntios 6.9; Gálatas 5.21; Efésios 5.5) e Ressurreição para Condenação (Deuteronômio 12.2; João 5.29; Atos 24.15).

Segundo as Escrituras, os rotulados abaixo incorrem na condenação do inferno: os prostitutos (Gálatas 5.19), os impuros (Gálatas 5.19; 1Co 5.10-13), os que exercem a lascívia (Gálatas 5.19; Apocalipse 21.8), os idólatras (Gálatas 5.20; 1 Coríntios 5.9-13; Apocalipse 21.8), os feiticeiros ativos e passivos (Gálatas 5.20; Apocalipse 21.8), os invejosos (Gálatas 5.21), os alcoólatras (Gálatas 5.21; 1 Coríntios 10.5-9,13; 6.9-11), os glutões (Gálatas 5.21), os que praticam a homossexualidade (1 Coríntios 6.9), os ladrões e corruptos (1 Coríntios 6.9-10), os adúlteros (1 Coríntios 6.9-11), os sodomitas (1 Coríntios 6.911), os avarentos (1 Coríntios 6.9-11), os maldizentes (1 Coríntios 6.9-11), os blasfemadores (Mateus 12.36), os incrédulos (Mateus 16.15-16; Apocalipse 21.8) e os covardes (em relação ao Evangelho) (Mateus 25.14-30; Lucas 19.12-27; Apocalipse 21.8).

Não é da vontade de Deus a perdição do homem. O inferno não foi feito para o homem (Mateus 25). O homem foi destinado para a vida eterna (Efésios 1.4; Apocalipse.13). A queda do homem não apanhou Deus de surpresa, mas como o Inferno é uma realidade bíblica incontestável, para não incorrermos em suas penas eternas, só há uma escapatória: receber o Senhor como Salvador e nEle permanecer.

REFERÊNCIAS

Aquino, Tomás de. Exposição sobre o credo. Edições Loyola. São Paulo. p.53.
1, 2 Citado em Bettencourt, Estevão. Curso por Correspondência: Os Novíssimos (Escatologia). Escola “Mater Ecclesiae”. Sd. Rio de janeiro. ps.1 e 7.
Michl. J. In: Dicionário de Teologia Bíblica V. I. (E.) Johannes B. Bauer. Edições Loyola. São Paulo. 1988. ps. 515 a 517.

Por, Francisco Gonçalves da Costa.

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