Preservação de valores e princípios na vida de Moisés pela sua família

Preservação de valores e princípios na vida de Moisés pela sua família


Escrevendo Romanos 8.28, o apóstolo Paulo, na direção do Espírito, nos diz que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”. Na vida de Moisés, podemos testemunhar tal verdade. “Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Queres que eu vá chamar uma das hebréias que sirva de ama e te crie a criança? Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Saiu, pois, a moça e chamou a mãe do menino. Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-o; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou. Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moisés e disse: Porque das águas o tirei” (Êxodo 2.7-10).

Em meio à perseguição e diante da ordem do rei do Egito para que as parteiras matassem as crianças do sexo masculino (Êxodo 1.8-17), e posteriormente também da ordem de lançar os filhos no rio (Êxodo 1.22), Moisés escapou com vida (Êxodo 2.1-6).

Não bastasse isso, a providência divina possibilitou que Moisés fosse educado pela própria mãe (Êxodo 2.9). Sendo assim, nos anos fundamentais para a formação de sua personalidade, para modelagem de seu caráter e vida moral, para norteamento de sua fé, Moisés não poderia ter recebido melhores cuidados e atenção. Temos a certeza, e a história nos confirma isso, de que Joquebede, sua mãe, transmitiu para o seu filho os fundamentos da fé dos hebreus no Criador de todas as coisas (Gênesis 1.1-31), no Deus que em justiça julgou o mundo com o Dilúvio, poupando a Noé e sua família (Gênesis 6-8), no Deus que soberanamente confundiu as línguas em Babel (Gênesis 11.1-9), no Deus que em graça chamou a Abraão e lhe fez promessas maravilhosas (Gênesis 12.1-3), no Deus que poupou Isaque ao provar a fé de seu pai (Gênesis 22.1-19), no Deus que em Jaboque proporcionou um encontro transformador para Jacó (Gênesis 32.22-32), no Deus que amparou e honrou José (Gênesis 37- 46).

Ao conhecer a história de seu povo e a sua própria história através de uma educação em família, Moisés foi se conscientizando do plano de Deus para sua vida, no sentido de se tornar o libertador do seu povo. Isso fica claro conforme o texto de Atos 7.23-25: “Quando completou quarenta anos, veio-lhe a ideia de visitar seus irmãos, os filhos de passou 40 anos (At 7.30), não para esquecer a ciência dos egípcios, mas para aprender a esperar a forma e o tempo de Deus em sua vida.

Quando Deus se revela a Moisés em uma chama de fogo, no meio de uma sarça que não se consumia (Êxodo 3.2), algo é digno de nota. A maneira de Deus se apresentar a Moisés é bastante significativa: “Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus” (Êxodo 3.6). O Senhor se apresenta como o Deus da família de Moisés, o Deus de se pai e seus ancestrais. Essa ligação com a família, com certeza, trabalharia as lembranças de Moisés dos ensinos e da educação que recebeu de sua mãe. Não há faculdade ou deserto que apague isso!

Agora, as coisas seriam diferentes, pois o tempo de Deus chegara, e o Senhor revelaria o método adequado para a libertação do Seu povo, por aquele que já tinha escolhido, e na vida de quem tinha trabalhado (Êxodo 3.7-12). Quando o tempo de Deus chega para nós, não ficamos sem respostas acerca da origem de nossa autoridade espiritual, pois sabemos que foi o próprio Senhor que em Seu nome nos comissionou: “Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros. Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu Israel. Vendo um homem tratado injustamente, tomou-lhe a defesa e vingou o oprimido, matando o egípcio. Ora, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele; eles, porém, não compreenderam”. Perceba que o texto diz que: Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele”.

Tenho escutado ao longo de minha jornada cristã alguns argumentos relacionados à educação de Moisés que não se sustentam à luz do exame das Escrituras. Um deles é de que Moisés precisou fugir e viver no deserto para desaprender tudo que aprendeu em seus estudos de toda a ciência dos egípcios (Atos 7.22). Em lugar algum a Bíblia afirma isso. Como já vimos em Atos 7.23-25, os estudos em toda ciência dos egípcios não ofuscaram nem tiraram de Moisés a preocupação com seu povo, nem a convicção de seu chamado. A educação em família, conforme insistimos em afirmar, é a mais marcante na vida de um indivíduo. Os ensinamentos de sua mãe, com certeza, ficaram guardados em sua mente, e firmemente arraigados em seu ser. O problema de Moisés não foi a ciência dos egípcios, mas o agir fora da vontade, da forma e do tempo de Deus.

Ele assumiu o papel de libertador, mas da maneira e no tempo errados. Moisés usou a própria força e métodos, quando deveria esperar e buscar em Deus a direção: “Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo. Olhou de um e de outro lado, e, vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia” (Êxodo 2.11,12). Quando agimos de forma semelhante à de Moisés, ficamos também sem respostas para a pergunta que se seguiu num outro episódio: “Saiu no dia seguinte, e eis que dois hebreus estavam brigando; e disse ao culpado: Por que espancas o teu próximo? O qual respondeu: Quem te pôs por príncipe e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Temeu, pois, Moisés e disse: Com certeza o descobriram” (Êxodo 2.13,14).

Em outras palavras, a questão que foi levantada era sobre de onde provinha a autoridade espiritual que Moisés demonstrava ter. Ele simplesmente silenciou. Na sequência dos fatos, a atitude de Moisés culminou com o intento de Faraó em matá-lo, e em sua fuga para a terra de Midiã (Êxodo 2.15; At 7.29), onde passou 40 anos (At 7.30), não para esquecer a ciência dos egípcios, mas para aprender a esperar a forma e o tempo de Deus em sua vida.

Nossa autoridade espiritual será também confirmada pelo agir sobrenatural de Deus em nossa vida e ministério, com grande poder e milagres (Êxodo 4.1-9), durante toda a nossa trajetória, na medida em que nos submetermos plenamente à Sua voz, vontade e direção.

Invista na educação bíblica de seus filhos em família, pois dessa forma eles poderão posteriormente ser instruídos na ciência secular sem abrir mão de sua fé em Deus, mantendo-se firmes nos princípios da Palavra e nas grandiosas promessas do Pai celestial.

por Altair Germano

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