O dia que jamais será esquecido pelo povo judeu

O dia que jamais será  esquecido pelo povo judeu


Este ano de 2024 marca o 79º da lembrança do terrível Holocausto sofrido pelos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Para oficializar esta data, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, em 2005, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. O dia estabelecido foi 27 de janeiro. Essa data foi escolhida porque em 27 de janeiro de 1945 houve a libertação dos judeus pelas tropas soviéticas, que compunham as Forças Aliadas (Estados Unidos, Inglaterra e França, dentre outras, incluindo o Brasil).

O campo de concentração de Auschwitz ficou registrado como o maior e mais cruel local de extermínio nazista. Oficialmente chamado de Auschwitz-Birkenau, localizado no sul da Polônia, lá mais de um milhão de judeus foram torturados e assassinados, fossem nas câmaras de gás ou mesmo de fome, sem esquecer os trabalhos forçados. No total, o sistema do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (nome oficial do partido de Hitler), assassinou mais de 6 milhões de judeus. Isso foi, sem dúvidas, uma das mais cruéis atrocidades da História da humanidade.

Após o conflito, em novembro de 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a criação do Estado de Israel, junto com o da Palestina, propondo, assim, a divisão do território. Em maio de 1948, David Ben Gurion assinou a Declaração de Independência de Israel, proclamando a criação do Estado hebreu. A partir daí, a História relata constantes guerras que Israel travou para conseguir estabelecer-se como nação. A Guerra dos Seis Dias, em 1967, e a do Yon Kippur, em 1973, foram dois exemplos claros disso. A Guerra Fria que se estabeleceu após a Segunda Guerra Mundial e teve como protagonistas os Estados Unidos e a União Soviética, exerceu a sua influência também no Oriente Médio, pois os norte-americanos procuraram apoiar a Israel e a União Soviética, os palestinos e árabes.

Se a favor da criação do Israel, tivemos o Sionismo, que se desenvolveu politicamente no final do século 19 com Theodor Herzl, mas ganhou força no século 20, principalmente depois da Segunda Guerra, pelo lado árabe surgiram as Intifadas, que foram movimentos de resistência à Israel, que aconteceram no final da década de 1980 e início do ano 2000.

Diante desses eventos históricos, o que se pode afirmar é que Israel não apenas existe, mas resiste e está presente nos protagonismos internacionais. Contudo, o que a humanidade jamais poderá esquecer é que o antissemitismo foi e continua sendo cruel, e deve ser rejeitado pela sociedade. O Dia Internacional em Memória das vítimas do Holocausto deve servir para isso. Um acontecimento tão cruel e desumano jamais pode ser repetido.

Analisando sob o aspecto bíblico, não tem como interpretar um acontecimento tão forte e sangrento com implicações mundiais (Segunda Guerra Mundial e o Holocausto sofrido pelos judeus) apenas sob o ponto de vista histórico-humano. Não há dúvidas de que, como diziam os teólogos do passado, Israel é um relógio escatológico.

Os judeus atravessaram momentos difíceis de dispersão e sofrimento. A primeira diáspora ocorreu quando o império babilônico os levou em cativeiro (605, 597 e 586 a.C.). Cerca de 100 anos antes, a Assíria havia conquistado o Reino do Norte. Outro momento angustiante foi a profanação do Santuário em Jerusalém, cometida por Antíoco Epifânio, no segundo século antes de Cristo. Este perverso e ímpio rei selêucida, além da profanação, perseguiu, feriu e matou muitos judeus que tentaram resistir aos seus escárnios. A segunda diáspora ocorreu quando os romanos, sob o comando do general Tito, invadiram Jerusalém, dispersaram os judeus de seu país e incendiaram o Templo. Essa foi a mais longa dispersão dos judeus, e durou, oficialmente, até 1948, embora se saiba que sempre houve um pequeno grupo remanescente judeu na Terra Prometida.

Sem dúvida, a Segunda Guerra Mundial e o terrível Holocausto caracterizam um quadro típico do cumprimento de sinais da Segunda Vinda de Cristo e isso de forma muito contundente. Imaginem um conflito de proporção internacional, um líder e um governo focados no objetivo de dominar o mundo; um sistema de governo maligno que perseguiu e matou milhões de judeus. A Palavra de Deus nos diz: “Filhinhos, é já a última hora; e, como ouviste que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora” (1Jo 2.18). Sim, a História registra o aparecimento de homens que foram tipos do Anticristo: Antíoco Epifânio, Tito e Adolf Hitler. Sem entrar no mérito das especificidades que a Bíblia apresenta acerca das características do Anticristo que ainda virá, o fato é que a Palavra de Deus cumpre-se a cada dia.

Enfim, o Dia Internacional das Vítimas do Holocausto serve para nós, cristãos, refletirmos acerca de, pelo menos, dois motivos pelos quais a atitude antissemita deve ser abominada. O primeiro é que não podemos nos associar - nem direta, nem indiretamente - a qualquer grupo, movimento ou opinião que exalte o nazifascismo. Além de configurar crime internacional, consiste numa atitude anticristã. O segundo é que basta ter o discernimento das Escrituras Sagradas para entendermos que devemos amar, respeitar e orar por Israel, o povo eleito no Antigo Testamento e abençoado por Deus. Cremos na restauração espiritual futura do seu remanescente, quando se converterão a Jesus Cristo, o seu verdadeiro Messias. Glória a Deus pelos judeus que já hoje se voltaram para Cristo e o reconhecem como o seu Messias. Porém, independente disso, a Bíblia nos recomenda abençoar este povo, que nos presenteou com as Escrituras, os profetas, os apóstolos,  Maria, genitora do Messias segundo a natureza humana e, acima de tudo, com Jesus Cristo, o nosso Salvador que, segundo a natureza humana, é descendente de Davi.

por Cláudio César Laurindo

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