O campo de concentração de Auschwitz ficou registrado como o
maior e mais cruel local de extermínio nazista. Oficialmente chamado de Auschwitz-Birkenau,
localizado no sul da Polônia, lá mais de um milhão de judeus foram torturados e
assassinados, fossem nas câmaras de gás ou mesmo de fome, sem esquecer os
trabalhos forçados. No total, o sistema do Partido Nacional-Socialista dos
Trabalhadores Alemães (nome oficial do partido de Hitler), assassinou mais de 6
milhões de judeus. Isso foi, sem dúvidas, uma das mais cruéis atrocidades da
História da humanidade.
Após o conflito, em novembro de 1947, a Organização das
Nações Unidas (ONU) aprovou a criação do Estado de Israel, junto com o da
Palestina, propondo, assim, a divisão do território. Em maio de 1948, David Ben
Gurion assinou a Declaração de Independência de Israel, proclamando a criação
do Estado hebreu. A partir daí, a História relata constantes guerras que Israel
travou para conseguir estabelecer-se como nação. A Guerra dos Seis Dias, em
1967, e a do Yon Kippur, em 1973, foram dois exemplos claros disso. A Guerra
Fria que se estabeleceu após a Segunda Guerra Mundial e teve como protagonistas
os Estados Unidos e a União Soviética, exerceu a sua influência também no
Oriente Médio, pois os norte-americanos procuraram apoiar a Israel e a União Soviética,
os palestinos e árabes.
Se a favor da criação do Israel, tivemos o Sionismo, que se
desenvolveu politicamente no final do século 19 com Theodor Herzl, mas ganhou
força no século 20, principalmente depois da Segunda Guerra, pelo lado árabe
surgiram as Intifadas, que foram movimentos de resistência à Israel, que aconteceram
no final da década de 1980 e início do ano 2000.
Diante desses eventos históricos, o que se pode afirmar é
que Israel não apenas existe, mas resiste e está presente nos protagonismos internacionais.
Contudo, o que a humanidade jamais poderá esquecer é que o antissemitismo foi e
continua sendo cruel, e deve ser rejeitado pela sociedade. O Dia Internacional
em Memória das vítimas do Holocausto deve servir para isso. Um acontecimento
tão cruel e desumano jamais pode ser repetido.
Analisando sob o aspecto bíblico, não tem como interpretar
um acontecimento tão forte e sangrento com implicações mundiais (Segunda Guerra
Mundial e o Holocausto sofrido pelos judeus) apenas sob o ponto de vista
histórico-humano. Não há dúvidas de que, como diziam os teólogos do passado,
Israel é um relógio escatológico.
Os judeus atravessaram momentos difíceis de dispersão e
sofrimento. A primeira diáspora ocorreu quando o império babilônico os levou em
cativeiro (605, 597 e 586 a.C.). Cerca de 100 anos antes, a Assíria havia conquistado
o Reino do Norte. Outro momento angustiante foi a profanação do Santuário em
Jerusalém, cometida por Antíoco Epifânio, no segundo século antes de Cristo.
Este perverso e ímpio rei selêucida, além da profanação, perseguiu, feriu e matou
muitos judeus que tentaram resistir aos seus escárnios. A segunda diáspora
ocorreu quando os romanos, sob o comando do general Tito, invadiram Jerusalém, dispersaram
os judeus de seu país e incendiaram o Templo. Essa foi a mais longa dispersão
dos judeus, e durou, oficialmente, até 1948, embora se saiba que sempre houve um
pequeno grupo remanescente judeu na Terra Prometida.
Sem dúvida, a Segunda Guerra Mundial e o terrível Holocausto
caracterizam um quadro típico do cumprimento de sinais da Segunda Vinda de
Cristo e isso de forma muito contundente. Imaginem um conflito de proporção
internacional, um líder e um governo focados no objetivo de dominar o mundo; um
sistema de governo maligno que perseguiu e matou milhões de judeus. A Palavra
de Deus nos diz: “Filhinhos, é já a última hora; e, como ouviste que vem o
anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que
é já a última hora” (1Jo 2.18). Sim, a História registra o aparecimento de
homens que foram tipos do Anticristo: Antíoco Epifânio, Tito e Adolf Hitler.
Sem entrar no mérito das especificidades que a Bíblia apresenta acerca das
características do Anticristo que ainda virá, o fato é que a Palavra de Deus cumpre-se
a cada dia.
Enfim, o Dia Internacional das Vítimas do Holocausto serve
para nós, cristãos, refletirmos acerca de, pelo menos, dois motivos pelos quais
a atitude antissemita deve ser abominada. O primeiro é que não podemos nos
associar - nem direta, nem indiretamente - a qualquer grupo, movimento ou opinião
que exalte o nazifascismo. Além de configurar crime internacional, consiste
numa atitude anticristã. O segundo é que basta ter o discernimento das
Escrituras Sagradas para entendermos que devemos amar, respeitar e orar por
Israel, o povo eleito no Antigo Testamento e abençoado por Deus. Cremos na
restauração espiritual futura do seu remanescente, quando se converterão a
Jesus Cristo, o seu verdadeiro Messias. Glória a Deus pelos judeus que já hoje
se voltaram para Cristo e o reconhecem como o seu Messias. Porém, independente
disso, a Bíblia nos recomenda abençoar este povo, que nos presenteou com as
Escrituras, os profetas, os apóstolos,
Maria, genitora do Messias segundo a natureza humana e, acima de tudo, com
Jesus Cristo, o nosso Salvador que, segundo a natureza humana, é descendente de
Davi.
por Cláudio César Laurindo
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